O Amontoado de Sentimentos

Antes não sabia se era possível passar um dia sem pensar no passado, nas coisas que viveu, nas pessoas que perdeu. Tudo parecia funcionar melhor quando lembrava-se de quem costumava ser, como se não soubesse ao certo quem seria naquele momento. Solidão. Como pode o presente só fazer sentido estando-se preso a um passado que merece ser superado? Seguir em frente é possível mesmo quando cada parte de si mesmo parece se desprender e se distanciar a cada passo?  Frustração. Um ciclo de mudanças artificiais parece ser criado automaticamente onde tudo torna-se fraco em seu interior. Desgaste. Só que uma hora, por mais que demore, um degrau parece ser possível de se subir, quando as amarras do que tudo o que um dia você teve e de quem você foi começam a se soltarem. Alívio. Lembrar dos rostos de algumas pessoas que pensava não viver sem começa a ser difícil e idealizar cada parte do que era começa a ser menos priorizado. Já dizia Nietzsche: “Torna-te aquilo que és.”.  Só isso, não se prenda ao que era, a o que as pessoas eram, essa necessidade desparece.  Paz. É a alegria de simplesmente ser. Sentir-se completo por simplesmente se ter, é revigorante. Felicidade. O passado só está lá, o futuro, só estará lá, o presente, está aí, com você e somente com você. Orgulho.

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