Encanta e desencanta

Se encanta e desencanta fácil demais. Com você é assim, em um dia, o brilho presente em seu olhar é intenso, apaixonante, de causar uma invejável sensação apaziguadora. No entanto, com o passar de poucos dias ou até mesmo horas, quem sabe minutos, tudo some. A satisfação não chega com nada, nem você se conhece bem e fica na brincadeira do quer ou não quer. Imprevisível da pior maneira. Não há esperança, nenhum laço verdadeiro é criado, ninguém tem chance, é como se tudo ao seu redor fosse questão de tempo, do seu tempo. Ninguém pula o seu muro. Nenhuma situação ou sentimento são profundos, não depois de tudo o que você passou. Isso seria covardia? Inteligência? Descontentamento? Conformidade? Não sei dizer, ninguém sabe. Só por um dia, queria te ver se arriscar a sair desse mundo que criou. Será que dá para viver assim? Sempre penso que julgar o que acontece dentro dos outros, não é algo que a gente possa fazer, sem dúvida alguma. Você vive repetindo que sabe que tem mais, muito mais além do muro, porém nada que dê para entrar na sua vida. Infelizmente você se engana. Quer gritar a vontade, mas não quer que ninguém escute. Quer um ombro pra chorar, mas não quer consolo e nem que chorem no seu. Quer conversar horas e horas sobre assuntos rasos, Deus me livre de alguém perguntar sobre algo mais íntimo de sua vida. É como se sua capacidade de envolvimento com qualquer coisa ou com qualquer pessoa tivesse esgotado. É fato, você ainda quer demais do mundo lá fora, mas não quer dar nada de si.

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